IRAQUE - Na manhã do dia 14 de maio de 2009, um grupo armado invadiu uma escola primária em Kirkuk, Iraque, e levou um jovem professor cristão. Namir Nadhim Gourguis tem 32 anos, solteiro e vem de uma família humilde.
Quatro pessoas invadiram a escola no bairro de Ruwaidha, e sequestraram o professor. Eles já pediram o resgate: “Uma grande quantia, que a família não pode pagar”, afirma uma fonte local.
Em uma tentativa de salvar a vida desse jovem, o arcebispo de Kirkuk, Louis Sako, apelou para que os xeiques e os imãs na área ajudem a libertá-lo. Espera-se que “Essas tentativas de mediação resultem na libertação dele”.
A comunidade cristã tem sido o alvo desses grupos criminosos que realizam os sequestros por extorsão. Há alguns dias, um jovem foi assassinado na porta de casa; outras três pessoas foram baleadas. Os criminosos veem os cristãos como alvo fácil, pois ao contrário dos árabes e curdos, eles não são protegidos pela comunidade, familiares ou pela polícia.
“Mudar os programas de ensino de religião nas escolas, em casa e em geral nos lugares de culto; reformar o clero, tornando-o sempre mais atento à sociedade moderna, e exigir dos governos, respeito aos direitos humanos”: essa é a proposta do arcebispo de Kirkuk, no Iraque, Dom Louis Sako, para mudar a situação dos cristãos que são perseguidos no país.
“Os atentados terroristas atingem todos os iraquianos, sem fazer distinção entre as religiões: assaltos a mão armada, homicídios e seqüestros são uma realidade cotidiana” , denuncia o prelado à agência italiana SIR (Serviço de Informação Religiosa).
“Os agitadores do dissolvido partido Baath, os criminosos que saíram do regime precedente à guerra, os combatentes árabes e os fundamentalistas muçulmanos. Todos querem impedir o projeto de um Iraque democrático, pluralista e moderno. Os criminosos procuram dinheiro, os membros do partido querem o poder, os fundamentalistas querem ser os depositários da única verdade e, portanto, aqueles que a refutam são amedrontados”, explica o arcebispo.
Em meio a esta situação, indica o prelado iraquiano, os cristãos são as “primeiras vítimas porque são assimilados aos norte-americanos e porque, assim, têm certo bem-estar e se convertem em alvo de seqüestros”.
Apesar de tudo, diz o arcebispo, “é possível reconstruir o país, sob o amparo da ONU”.
Fonte: Portas Abertas